domingo, 10 de julho de 2011

pensamento impessoal — parte O8

Quantas vezes por dia nós paramos para “apreciar” a paisagem? 

Sou uma daquelas pessoas que olham o que tem ao seu redor, que tenta captar a maior parte do local com os olhos e tentar assim encontrar fatos únicos, raros. Momentos comuns que em minha mente simplesmente se tornam especiais e inconscientemente se tornam inesquecíveis.

Quantas vezes não parei para observar pessoas em janelas, olhando para o nada, pensando em suas vidas. Quantos problemas em comum nós poderíamos ter, e quão diferentes nossas vidas também seriam…

Me pergunto quantas pessoas me observam. Se existe alguém que admire minha forma de ver, pensar, agir e também de escrever. Queria descobrir algum dia que possuo um admirador, que ache toda a minha vida bela. Assim talvez eu pudesse compartilhar minhas idéias que na maioria das vezes não são passados para o papel.

pensamento impessoal — parte O7

Quantas vezes por dia fazemos algo que nos alegre? Sempre nos dizemos para sermos felizes, mas o que nós realmente fazemos para que isso aconteça? Nada, ficamos esperando que algo aconteça, e na verdade não acontece.

Temos que nos levantar, fazer palhaçadas, rir! Encontrar pessoas na rua com o mesmo objetivo que o nosso e simplesmente fazer coisas idiotas pelo resto do dia! Isso é possível, eu já fiz. Só é um pouco difícil.

Quantas pessoas nós vimos por dia que estão sozinhas e que ficamos na tentação de conversar com elas? Quantos amigos novos poderíamos fazer todos os dias, para que nunca mais a tristeza se fixasse em nosso coração?

Queremos muitas coisas boas, mas não fazemos nada para que elas aconteçam. Acordem, sejam retardados ao menos uma vez na vida, e vejam o quanto é bom!

romantismo morto — parte O3

O que é o amor hoje em dia?

Ultimamente na minha cabeça se passa a ideia de que para a maioria das garotinhas e garotinhos sem nenhum neurônio, a única coisa que uma pessoa precisa ter para ser amado por elas é dinheiro, fama ou de queda, ser um merdinha de colírio da capricho, dependendo de sua idade. Pra se amar uma pessoa, você tem que ter interesse no interior dela, e não ter visto ela uma vez e simplesmente decidir que é com ela que você vai se casar. Amor não é algo controlado, nunca foi, e se você diz que sim, está mentindo. E mentindo muito.

É comprovado que se você comer um quilo de chocolate você tem a mesma sensação do amor. O amor é algo totalmente químico. Mas mesmo assim não conseguimos controlar nossas mentes ou sequer “controlar nossos corações” e dizer para nós mesmos que não vamos nos apaixonar. Mas dez segundos depois acontece àquela sensação de “amor a primeira vista”, e infelizmente alguém já fica na nossa cabeça e não sabemos como, mas começamos a gostar de ficar pensando nela.

Amor é algo tão complexo, que não acredito que existam pessoas no mundo que sejam capazes de descrevê-lo. Eu vivo tentando, mas é impossível.

Para mim, gostar de alguém se baseia em ela ser interessante ou no mínimo chamar a minha atenção. Se isso acontecer e logo de início ela trocar olhares comigo, eu fico louquinho. Sei lá, sou uma daquelas pessoas que se apaixonam fácil, que pelo menos três vezes por semana diz que está amando e por conseqüência também três vezes por semana diz que estava enganado. Ser carente é difícil. Arrumar alguém para se namorar, que goste de você, te dê carinho e que também não tenha dúvidas sobre o que sente por você… É impossível. Ou quase impossível. Eu já consegui algumas vezes, nem eu sei como.

O fato é que se eu pudesse escolher entre não gostar/me apaixonar/amar nunca mais por uma pessoa ou continuar nessa montanha-russa de sentimentos, continuaria na montanha-russa. É ruim, chato, incômodo e sempre nos faz chorar. Mas ter a sensação de que é mutuo e que por pelo menos um segundo é verdadeiro, é a melhor coisa do mundo. Pelo menos é o que penso agora, que não sofri nenhuma decepção amorosa recente, mas ambos temos a certeza de que quando quebrarem meu coração, vou dizer que o amor não presta.

pensamento impessoal — parte O6

Qual o objetivo de matar as formigas? Ia gostar se alguém espremesse um dedão gigante no seu corpo? Acho que não em.

pensamento impessoal — parte O5

Não me importa que amanhã você venha me dizer que é uma nova pessoa ou então que já está mudada hoje. Cara, entende de uma vez por todas que eu me cansei desse jogo que você resolveu criar, e que na minha opinião é na verdade uma brincadeirinha de criança. Porque nenhuma adolescente tem tão pouca maturidade assim, acredite em mim.

Sabe, eu simplesmente estou louco e não é de um jeito legal. Como um ser consegue ser tão baixo e ridículo? Caralho, tem que ter treinado muito pra conseguir atingir esse nível, sério mesmo. Quer saber? Cansei de brigar por nada, então thaw, apenas aprecie a leitura.

pensamento impessoal — parte O4

Quando você fica um mês sem escrever num blog, bastante coisas interessantes acontecem. Uma delas, por exemplo, é quando você lê os próprios pensamentos expressos no último post, e fica se perguntando então "Eu realmente pensei nisso?", de tão ridículo que pareceu na hora, e talvez porque você colocou uma mensagem subliminar que apenas quem te conhece muito bem poderia ver, como eu fiz.

Haha, boa sorte se realmente forem procurar mensagens subliminares, quando se derem conta, vão notar um monte. É simplesmente divertido falar algo que apenas grandes mentes poderiam ser capazes de reconhecer, ou não.

Bem, prometo voltar, ou tentar, e desculpem-me por essa ausência estranha que tomou conta desse blog. Passem bem, e tal.

domingo, 12 de junho de 2011

Não tenho como objetivo fazer muitas coisas assim, mas eu preciso, porque aqui aparecem MUITOS visitantes todos os dias, e não vejo evolução nos seguidores tanto aqui quanto no twitter.

Peço então a gentileza de me seguirem pelo twitter em @cappieslock, e também que sigam o blog. Não é necessário possuir um blog para seguir, apenas é necessário possuir ter conta google, o quê, graças à grande fama do orkut, levou praticamente todos vocês a terem. Então, não se esqueçam, sigam o blog, e sigam o meu twitter. Deixem nos comentários os seus próprios twitters para que eu possa seguir, caso encontre algo interessante.

Peace bro!

pensamento impessoal — parte O3

Quando você termina um namoro, os outros não te deixam sofrer por isso. Ficam dizendo na sua cabeça, que foi sua escolha, e por isso sabia das consequências.

Quando alguém termina o namoro com você, os outros te obrigam a sofrer. Ficam dizendo na sua cabeça, que tudo vai melhorar, e que a vida não é tão ruim assim.

Hoje é o dia dos namorados, fim. Essa frase foi informação demais, com certeza. Alguns tolos podem ter se esquecido da data, alguns outros podem dizer que é um dia comum, e que não devemos amar mais uma pessoa em apenas um dia. Outros, estarão vagando pela cidade sem rumo, pois seus melhores amigos estão namorando, e até mesmo seus pais possuem planos que não os incluem.

O bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que os solteiros eram melhores combatentes. Esta foi a causa de nos EUA, ser chamado de "valentine's day" e pela famosa frase "Be My Valentine". Já no Brasil, a data está associada ao nosso querido santo casamenteiro. Simplesmente informações inúteis. 

Porque nós, solteiros, devemos aturar essa data? As pessoas que estão comprometidas já possuem datas suficientes para comemorar, para incluir mais uma que envolva toda a raça humana. Os solteiros, julgo, são uma grande fatia dessa pizza, e, uma vez ao ano, nos sentimos envergonhados e vazios. Sim, sei que estou falando isso porque fiquei solteiro recentemente, mas, mesmo assim, estou com raiva da data. E estou com vontade de quebrar alguma coisa.

Fui tomado pelo estresse, argh. Adeus.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Coisas — Parte O1

A VERDADEIRA HISTÓRIA DOS RUGRATS - OS ANJINHOS. 

Os bebês Rugrats não existem e eles são produtos da imaginação da Angélica (a loirinha mais velha) porque a mãe dela a ignora e o relacionamento dela com o pai é superficial e parasita. Na verdade, Chuckie (o ruivinho de óculos roxo) morreu junto com a mãe dele, por isso que seu pai, Chaz é tão nervoso. Tommy (o bebê de fralda e blusa azul) era um natimorto (feto que morreu dentro do útero), o que levou seu pai, Stu a sentar no porão para fazer e inventar brinquedos para seu filho que nunca teve a chance de viver. Os gêmeos DeVille (que na verdade eram uma criança só) foram abortados, e como Angélica não sabia se a criança não-nascida seria um menino ou uma menina, então ela simplesmente inventou o mesmo personagem em sua cabeça duas vezes, com diferentes sexos. Por isso o nome do desenho no Brasil é Os Anjinhos, pois crianças mortas ‘viram anjos’.

romantismo morto — parte O2

Lembro de anos atrás, quando alguém me disse que eu deveria tomar cuidado com o amor. Eu tomei cuidado. Eu acho. Você é forte, enquanto eu nunca fui. Acabei me levando pela ilusão e depois de muito tempo percebi que era um erro. Fui descuidado, me esqueci do que me disseram. Devia ter tomado cuidado. E agora, quando tudo já foi feito, não há nada mais a se dizer. Você se foi e tão sem esforço. Você ganhou, e agora pode dizer para eles tudo o que sei agora. Vai poder gritar do telhado ou escrever na linha do céu, que tudo o que tínhamos foi embora agora. Mas não vai ser idiota e dizer a eles que eu era feliz, e que agora meu coração está quebrado. Que minhas cicatrizes estão abertas, e que isso tudo não foi o que eu esperava, algo impossível.

É bem fácil o fim machucar, porém machuca mais ainda quando se trata de traição. Porque quebra os ossos do corpo e suga o sangue, e eu tenho que sorrir para que os outros me deixem em paz, já que ficam me dizendo que devia ter tomado cuidado desde o início. Eu tomei, eu acho. Mas agora não tenho mais certeza, porque, se o tivesse feito não estaria aqui agora, com esse sangue todo no chão e pensando. Naquilo que você um dia me disse, que tinha me prometido. Lembrando que você tem que tomar o remédio daqui a três minutos, e que provavelmente vai se esquecer. Eu devia te ligar.

Mas acabou. Você está sorrindo e eu estou envergonhado com tudo isso. Porém não arrependido.

romantismo morto — parte O1

Esse é o momento em que todos se arrependem de não ter nascido na Europa ou América do Norte. Quando nós nos vemos bêbados em baladas ou festinhas de amigos, beijando pessoas desconhecidas apenas para preencher um certo vazio ou para acabar com aquele tesão acumulado. Ah, sim, todos temos isso, até nossos pais tiveram, por incrível que pareça. E isso é triste.
     O Brasil acabou se acostumando com o verbo "ficar", todos apenas querem saber dessa palavra. É como se ficar fosse a prévia do namoro, na maioria dos casos. Enquanto isso os EUA nem possuem esse verbo. Interessante, não? O quanto o brasileiro necessita de beijar na boca? Isso só me faz pensar que o vazio que tem em nossos corações, é maior do que o dos americanos. Então alguém vem e diz que isso é impossível, pois estamos com praticamente os mesmos níveis de vida praticamente. Que não existe vazio no coração maior do que outro. Que na verdade tudo é química e biologia, e sentimentos nem existem.
      Essa frase é minha.
     Seria pedir demais, que nossos colegas compatriotas se acalmassem um pouco, pelo visto. Mas infelizmente, dói assistir que para se beijar lá, você tem que no mínimo gostar bastante da pessoa, enquanto que para beijar aqui, precisa de um copo de vodka com coca-cola. Se dizem que o brasileiro está se "americanizando", acredito que não copiamos as melhores coisas. Como sempre.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

talvez isso seja algo — parte O3

É bem fácil de descrever quem eu sou. Um cara idiota e feio que se acha e mente pra caralho. Minha vida é uma desgraça, só acontece merda e eu não consigo entender "o dedo do criador" em tudo o que me aparece pela frente e então acho que ele não existe. E se ele não existe, não existe céu. E se não existe céu, pra que bancar o feliz bonzinho? Posso acabar com o sofrimento todo de uma vez e parar de ser qualquer coisa. Por isso que quero morrer. Por isso que não tenho medo de ser assaltado ou de ser acometido por qualquer variação disso... Porque é melhor o nada do que isso aqui.

domingo, 29 de maio de 2011

pensamento impessoal — parte O2

Ultimamente não me contro em situação saudável. Não há nada de errado com o meu corpo, digo, do pescoço para baixo. Acima dele porém, reações químicas e neurônios que possuem graves problemas funcionais parecem ter entrado em circuito. Tudo porque apareceu alguém
Tenho certeza de que, se não fosse comigo, seria com algum outro. Todos ficaram me dizendo que eu não devia fazer isso, que essa pessoa na verdade poderia estar brincando comigo e o resultado final desse jogo seria a minha destruição. Ri da cara deles e disse que era impossível ficar ainda mais destruído. Apontei os cacos de vidro no chão e perguntei se eles não conheciam aqueles ítens pequenos e frágeis. "É meu coração", disse, e eles apenas me olharam como se lamentassem aquilo, apesar de que na verdade sabia que sentiam um imenso ciúmes da pessoa que o quebrara sem querer. E nem sequer fora culpa dela, quero dizer, fui eu quem terminei! Não me arrependo, porém.
Sabia que ao dizer que era o fim, ficaria na verdade perdido. Minha vida, nos últimos meses, praticamente se baseara nela. Em ser feliz com ela. Dizer que a amava e ouvir as mesmas palavras, em línguas diferentes e ditos por lábios sorridentes. Aquela garota virou minha melhor amiga, e ao terminarmos como namorados, senti que perdi também a minha melhor companheira. Nossas conversas eram divertidas, calmas, e ela me entendia quando eu surtava. Não se importava se eu começava gritar ou a chorar em uma crise, e começava a chamá-la de todos os palavreados possíveis, porque precisava extravasar e ela era a pessoa mais próxima para isso. Foi quem mais me entendeu, para ser bem franco, e eu sou agradecido, com todo o meu coração, por mesmo que ela não tenha conseguido captar todas as loucuras que minha mente fazia, sentia e pensava, tenha continuado comigo em minhas loucuras diárias.
Agora é passado, porém, e não me arrependo, repito. Penso que é o momento de procurar por outras pessoas, de tentar voltar com aquela minha idéia maluca de que na verdade todos podiam me compreender, caso se esforçassem só um pouquinho. O tempo passa, conheci alguém, e não tenho certeza se posso dizer que chegue a me entender. Sequer acredito que permaneça comigo por mais de uma semana, apesar de que nosso título honorário é apenas o de "pessoas que estão se conhecendo". Sinto que irá me abandonar, apesar de que fale que não o fará. O expliquei toda a minha loucura e minha situação., e felizmente continua aqui tentando quebrar essa corrente de carência que me faz querer ficar vinte e quatro horas abraçado, porém não tenho certeza se consegue. Aturar, digo.
Bem, avisei que possuo problemas psicológicos para aquela mente que certamente também deve possuir. Devo assumir que estou começando a me apaixonar, apesar de não ser um sentimento ainda tão profundo, mas vai chegar lá um dia. Estamos no início, e queria realmente que o fim não chegasse tão perto, apesar de ter aprendido que tudo chega.

talvez isso seja algo — parte O2

Estou vivo, apesar de não acreditar nisso. Continuo rezando, apesar de que ele não responde quando pergunto as coisas. Meu dia está sinceramente catastrófico, e sei que quando eles etão assim, os seus devem estar muito bem. Os pedacinhos do meu coração estão todos no chão do meu quarto, e o sangue de quando soquei o espelho ainda estã lá. De vez em quando confundo os cacos do espelho com os do meu coração, então tenho que olhar bem de perto para ver quais deles me refletem. Os que o fazem, são o meu coração. Os outros, que nada mais consegue refletir ou sentir, deixam que as imagens e sensações os atravessem completamente, pois não conseguem mais absorver qualquer conteúdo e devolvê-lo. Mas que diferença vai fazer, de qualquer forma? Ainda não inventaram uma cola forte o suficiente para concertá-lo, e nem sentimento tão mágico que consiga recuperá-lo. o que resultará nestes permanecendo onde estão por muitas décadas, até que alguém os encontre e os jogue na lixeira.

talvez isso seja algo — parte O1

Não sei quem você pensa que é, para continuar invadindo minha mente desta forma. Nossos corações claramente não estão mais interligados, pois aquele frio que sentia ao te tocar desapareceu. A sensação de que estou cometendo um erro, ao me relacionar com alguém que não sente o mesmo por mim desapareceu. Mesmo que eu fique encarando a estrela que um dia tinha dito que a compraria por você, mesmo que continue me sentando no nosso banco preferido do parque, ou até mesmo que continue a assistir desesperadamente nosso filme preferido, não possui o direito de continuar aqui gritando o seu nome. Sinto porém que você está longe, sorrindo para outro garoto que deve estar retribuindo com um brilho no olhar e um rápido beijo. Então porque continuo aqui sofrendo? Não me merece mais, nunca me mereceu. Começamos a namorar porque você estava sentindo dó de mim, e não porque queria construir uma vida juntos. Talvez fosse por carência, também. Pare de gritar no meu ouvido, por favor, eu já conheço o seu nome bem o bastante, letra por letra.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

pensamento impessoal — parte O1

     A pior parte disso tudo é que as outras pessoas não conseguem entender o que é o fim de um amor. Parecem não compreender que dói tanto no peito daquele que deixou de amar, quanto no peito da que deixou de ser amada. O pior é que culpam aquele que deixou de amar, e o rotulam como se fosse um assassino, um destruidor de lares. Talvez seja.
     Todas as vezes em que disse ela que a amava, ela simplesmente se mostrava a pessoa mais doce do mundo. No início nem sequer ficamos juntos porque eu a queria, a beijei porque simplesmente a melhor opção — aquela sedenta por sexo e que estava na cara que me queria tanto quanto a queria —, se revelou uma puta em sentidos que não me agradavam. Uma coisa é sexo selvagem, outro é fazer coisas... estranhas... nesse sexo selvagem. Aquela garota foi meu prêmio de consolação, e acabou pegando um papel importante na minha vida.
     A amei sim, apesar de que todos os amigos dela decidiram que isso é uma mentira. Culpam-me pelo fato de que o amor acabou, como se fosse culpa minha. Como se eu não me esforçasse direito para amá-la. Agora eu fico me perguntando, se parece tão ridículo para o ouvido dos outros quanto parece para o meu. Primeiramente, a única pessoa na minha vida que teve o direito de me julgar foi meu pai, e ele ainda é o único que detém desse poder. Os outros, apenas têm o direito de assistir e comentar. Da minha vida cuido eu, e se errei, que aprenda com os meus erros. Porém eles não aceitam isso, e planejam uma conspiração de me destruir. Não perceberam ainda que é impossível destruir um homem morto.
     Eu a amei, eu ainda a amo. Ela possui o meu coração naquela mãozinha delicada, e quando disse que ia " sumir" por um tempo, não de todo mundo, mas especificamente de mim, doeu. Acabou virando minha melhor amiga, e sinceramente não quero viver em um mundo no qual não possa vê-la todos os dias e continuar a dizer que a amo e ouvir que ela me ama. Mas isso não vai acontecer, pois a definição da frase "eu te amo", que supostamente diria para ela, é totalmente diferente da definição desta mesma frase, caso ela me dissesse. Machuca, entende? A mulher com quem me habituei a falar todos os dias, a mulher com quem me acostumei com os abraços e com os beijos, simplesmente não consegue ficar do meu lado. Não por me odiar, mas por me amar. Tentar dizer para ela que ainda a amo, talvez seria pior do que dizer que a odeio. Prometi uma vez que cuidaria dela, que seria realmente para sempre, mas como explicar isso para meu coração? Deverei culpa a Biologia e a Química por fazerem com que o libido que sentia ao ouvir sua voz desaparecesse aos poucos? Ou deverei culpar à mim mesmo, e aceitar que realmente é culpa minha que tenha deixado de amá-la? 
     Como disse antes, dói.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

me morde — capítulo O1 — parte O1

     — Amanhã é o aniversário dela... — Ele inclinou um pouco o rosto no espelho, tentando encontrar um ângulo que o deixasse mais fofo ou bonito. — Amanhã é o aniversário dela... — Ele fechou um pouco os olhos e sorriu. — É isso.
     — Vai se assumir? — Thiago virou o rosto e encarou o amigo.
     — Não Marcus. — voltou a encarar o espelho. — Vou continuar mantendo em segredo o meu amor por você. — Marcos começou a ficar vermelho, mas o outro preferiu ignorar aquilo.
     — Você precisa dizer pra ela que a ama, sabe. 
     — Você tem idéia... — ele ajeitou o terno. — de quantas pessoas nos diziam quando éramos pequenos que acabaríamos ficando juntos? Que era normal acabar se apaixonando pela melhor amiga e que era mais normal ainda se casar com ela?
     — Tenho. — Marcus se virou na cama, ficando de barriga para cima e abaixando a cabeça até conseguir ver Thiago de cabeça para baixo. — Eu era um desses. Mas eu tinha razão, você é apaixonado por ela. 
     — Claro que sou mas... — ele suspirou. — Ela namora. — Marcus manteve a expressão intacta e falou, com a voz de sermão que sempre passa quando tenta dar uma de superior. Toda hora.
     — Bem, e daí que ela namora? Você sabe muito bem que a desgraça do namorado dela é um piranha que só sabe machucar ela...
     — Mas ela o ama... — a voz dele foi baixa.
     — Não, ela acha que o ama. Pode nem ao menos ter conhecido o amor de verdade e estar se iludindo nesse exato momento. Você ama ela cara, ela no mínimo deve ter algum sentimento por você.
     — Ou não. E seremos melhores amigos para sempre. — ele levantou o braço, revelando uma pulseira de prata que todos consideravam gays, mas que tinha um A & T escrito. — Esse era o trato.
     — Tratos são quebrados. Agora tira essa roupa que está me deixando irritando, parece um pinguim. — Thiago tentou ajeitar a gravata, sem sucesso, e então começou a tirar as roupas até ficar só de cueca. Tentou ignorar o fato de que seu suposto melhor amigo hétero assistia a tudo sem nem ao menos piscar. Tentou ignorar o fato de que esse suposto melhor amigo hétero sempre se excitava com aqueles momentos e sempre dava para ver muito bem o volume na calça dele. Não que Thiago ficasse observando sempre a calça dele para procurar por um volume sobrenatural. Apenas você percebe sem querer.

     — Se eu ganhar uma festa surpresa, eu te mato. — Ela falava aquilo em todos os seus aniversários. Uma vez ele achou que ela estivesse brincando e falando aquilo por falar, e que realmente queria uma festa. Ela jogou o ponche inteiro nele e depois enfiou a cabeça do garoto no bolo e segurou, tentando matá-lo asfixiado.
     — Você não vai ter uma festa, eu já te garanti isso. — Anna sorriu satisfeita e então voltou a mexer no iPod recém ganhado e descoberto sem querer. Não que vasculhar todos os cômodos da casa e encontrar seu presente dentro da gaveta de cuecas do pai (foi um momento bem assustador, acredite), seja considerado exatamente sem querer. — Eu já comprei o seu presente. — A atenção dela mudou para a cara dele. Não sorria, estava séria.
     — Está querendo me dizer que comprou o presente da sua melhor amiga um dia antes do aniversário dela? — Ele fez que sim. — Cara de pau.
     — No ano passado você quase não se lembrou do meu aniversário e tem coragem de falar isso? — Ela revirou os olhos.
     — Quase não me lembrei? Você ficou os dez dias anteriores fazendo uma contagem regressiva e pulando porque iria ficar mais velho. — Ela se levantou da cadeira e começou a pular frenética. "EU VOU SER QUASE MAIOR DE IDADE, EU VOU SER QUASE MAIOR DE IDADE!" — disse, o imitando.
     — Cala a boca. — Ele começou a brincar com os dedos, fazendo sua teia de aranha que apenas ela conseguia imitar. 
     — Ficou nervoso foi? — Thiago abaixou a cabeça, o rosto ficando vermelho e a voz abaixando uns dois tons.
     — Não. 
     — Meus pais querem te levar para o jantar, você vai né? — Ele parou com a teia e a olhou. Já até havia alugado o terno.
     — Vou... Porque o Nich não pode ir mesmo? — Ela ficou com a cara emburrada e se aproximou dele e sentou-se no seu colo, ele não gostava quando ela fazia isso. 
     — Porque ele é um panaca, mas você é o amor da minha vida. — e deu um beijão no rosto dele.
     — Porque vocês não terminam? — ele abaixou o rosto, fugindo do olhar esperto dela.
     — Porque ele é bom de cama. — Ah, claro, o fator sexo. Já era bastante humilhante sua melhor amiga perder o BV dois anos antes que você, mas ainda mais humilhante o fato de que ela havia perdido a virgindade no ano em que você perdeu o BV. E o cara disse que foi a melhor transa da vida dele, e olha que ele tinha dezoito anos e era bem forte. Caras altos e fortes não comentam uma coisa dessas a não ser que seja verdade. 
     — Isso não é suficiente para se namorar.
     — Eu o amo. — ele ficou vermelho, mesmo sabendo que não era sobre ele que ela falava.
     — Pode estar se iludindo e não ter conhecido ainda o amor verdadeiro. — ela levantou do seu colo de repente, o encarando.
     — Que papo é esse Thiago? — ela o encarava daquele jeito que o deixava ainda mais nervoso. 
     — É s...
     — É só o quê? — ela o interrompeu, a voz ficando esganiçada. — Eu o AMO, tá legal? Ele é o amor da minha vida, e vamos ficar juntos para sempre, eu e ele. — Thiago levantou a pulseira.
     — Um triangulo amoroso que valerá a pena. — disse sarcástico. Ela não respondeu, ficou o encarando. Foi até seu lugar anterior e se sentou. Ele esperou que ela falasse algo, mas não falou e nem falaria, pela cara emburrada que fez. — Desculpa.
     — Ok. — ela voltou a dedilhar o iPod, o rosto fechado. — Só nunca mais fale nada em respeito de terminar com o Nich, ok? Eu o amo — ela o encarou —, eu o amo mais que tudo no mundo. Com exceção de você e meus pais. — ele abaixou o rosto ainda mais. — Eu amo o Nicholas, ok?
     — Ok.

me morde — prólogo

três anos atrás

     Ele não sabia se era assim que deveria ser feito, apenas pressionara seus lábios contra os lábios da garota e esperou que a mágica acontecesse. Mas não aconteceu, ou pelo menos era uma merda aquela sensação. Tinha certeza de que sentiria mais prazer se levasse um beliscão no braço, mas ele era masoquista, então era óbvio que iria sentir tesão com dor. Aquele fato era um de seus preferidos em relação à sua vida: ele gostava de sofrer. Em diversas vezes havia chegado em casa com hematomas pelo corpo inteiro, que levara pedindo "me morde?" para suas amigas e alguns amigos. 
     — E então? — A menina sorriu. Como ele poderia descrever aquela sensação de estômago quase revirando e desprezo por ter compartilhado no mínimo quinze bilhões de bactérias?
     — Foi... perfeito. — ela ficou vermelha e o beijou novamente. O menino tentou retribuir, mas simplesmente não teve vontade de fazer aquilo, então ficou ali, parado, deixando que ela fizesse o serviço sozinha e se auto-satisfizesse. Seria mais prático se masturbar. Disso ele gostaria, com certeza.

     — Não acredito que você não sentiu nada. — Anna se aproximou dele, tentando captar o mínimo de emoção possível.
     — Nadinha. — Ele ficou brincando com os dedos, não gostava de quando ela se aproximava assim. Tudo bem que era sua melhor amiga, mas aquilo o deixava nervoso.
     — Você sabe que vou mentir pra ela e dizer que você adorou, certo? — Ele a encarou.
     — Porquê?
     — Porquê ela é minha prima, e é louca com você. Tenho que ter o mínimo de consideração pelo meu sangue. — Theodore revirou os olhos e continuou a brincar com os dedos, se concentrando naquilo.
     — Só não me faça beijá-la de novo. Perdi o BV, que era tudo o que você mais queria que eu fizesse na vida, então agora, pelo amor de deus, me deixa em paz por uns dois anos até pedir outra coisa. — Ela ficou em silêncio, o encarando ainda de perto. De repente se afastou e se sentou na frente dele, abrindo Harry Potter na parte em que havia parado.
     — Ok. — os olhos dela se fixaram no livro e ela se concentrou. Thiago mantinha o olhar tímido para ela.
     — Você ficou com raiva? — ela fez que não. — Não conta pra ninguém tá bom?
   — O quê? Que você tem 14 anos e beijou na boca pela primeira vez ontem à noite? Aquilo foi simplesmente um ato de humildade que fiz, pois ambos sabemos que daqui a três anos, você vai estar magrelo, gigante, branquelo e possivelmente será o menino mais feio da sala. — O rosto dele começou a ficar vermelho. 
     — Não é pra exagerar... — ela levantou os olhos e o encarou.
     — Me diga quem mais, senão a louca da minha prima, iria te beijar? Arruma um espelho Thi, e dos grandes.