sexta-feira, 3 de junho de 2011

romantismo morto — parte O2

Lembro de anos atrás, quando alguém me disse que eu deveria tomar cuidado com o amor. Eu tomei cuidado. Eu acho. Você é forte, enquanto eu nunca fui. Acabei me levando pela ilusão e depois de muito tempo percebi que era um erro. Fui descuidado, me esqueci do que me disseram. Devia ter tomado cuidado. E agora, quando tudo já foi feito, não há nada mais a se dizer. Você se foi e tão sem esforço. Você ganhou, e agora pode dizer para eles tudo o que sei agora. Vai poder gritar do telhado ou escrever na linha do céu, que tudo o que tínhamos foi embora agora. Mas não vai ser idiota e dizer a eles que eu era feliz, e que agora meu coração está quebrado. Que minhas cicatrizes estão abertas, e que isso tudo não foi o que eu esperava, algo impossível.

É bem fácil o fim machucar, porém machuca mais ainda quando se trata de traição. Porque quebra os ossos do corpo e suga o sangue, e eu tenho que sorrir para que os outros me deixem em paz, já que ficam me dizendo que devia ter tomado cuidado desde o início. Eu tomei, eu acho. Mas agora não tenho mais certeza, porque, se o tivesse feito não estaria aqui agora, com esse sangue todo no chão e pensando. Naquilo que você um dia me disse, que tinha me prometido. Lembrando que você tem que tomar o remédio daqui a três minutos, e que provavelmente vai se esquecer. Eu devia te ligar.

Mas acabou. Você está sorrindo e eu estou envergonhado com tudo isso. Porém não arrependido.

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