sexta-feira, 27 de maio de 2011

pensamento impessoal — parte O1

     A pior parte disso tudo é que as outras pessoas não conseguem entender o que é o fim de um amor. Parecem não compreender que dói tanto no peito daquele que deixou de amar, quanto no peito da que deixou de ser amada. O pior é que culpam aquele que deixou de amar, e o rotulam como se fosse um assassino, um destruidor de lares. Talvez seja.
     Todas as vezes em que disse ela que a amava, ela simplesmente se mostrava a pessoa mais doce do mundo. No início nem sequer ficamos juntos porque eu a queria, a beijei porque simplesmente a melhor opção — aquela sedenta por sexo e que estava na cara que me queria tanto quanto a queria —, se revelou uma puta em sentidos que não me agradavam. Uma coisa é sexo selvagem, outro é fazer coisas... estranhas... nesse sexo selvagem. Aquela garota foi meu prêmio de consolação, e acabou pegando um papel importante na minha vida.
     A amei sim, apesar de que todos os amigos dela decidiram que isso é uma mentira. Culpam-me pelo fato de que o amor acabou, como se fosse culpa minha. Como se eu não me esforçasse direito para amá-la. Agora eu fico me perguntando, se parece tão ridículo para o ouvido dos outros quanto parece para o meu. Primeiramente, a única pessoa na minha vida que teve o direito de me julgar foi meu pai, e ele ainda é o único que detém desse poder. Os outros, apenas têm o direito de assistir e comentar. Da minha vida cuido eu, e se errei, que aprenda com os meus erros. Porém eles não aceitam isso, e planejam uma conspiração de me destruir. Não perceberam ainda que é impossível destruir um homem morto.
     Eu a amei, eu ainda a amo. Ela possui o meu coração naquela mãozinha delicada, e quando disse que ia " sumir" por um tempo, não de todo mundo, mas especificamente de mim, doeu. Acabou virando minha melhor amiga, e sinceramente não quero viver em um mundo no qual não possa vê-la todos os dias e continuar a dizer que a amo e ouvir que ela me ama. Mas isso não vai acontecer, pois a definição da frase "eu te amo", que supostamente diria para ela, é totalmente diferente da definição desta mesma frase, caso ela me dissesse. Machuca, entende? A mulher com quem me habituei a falar todos os dias, a mulher com quem me acostumei com os abraços e com os beijos, simplesmente não consegue ficar do meu lado. Não por me odiar, mas por me amar. Tentar dizer para ela que ainda a amo, talvez seria pior do que dizer que a odeio. Prometi uma vez que cuidaria dela, que seria realmente para sempre, mas como explicar isso para meu coração? Deverei culpa a Biologia e a Química por fazerem com que o libido que sentia ao ouvir sua voz desaparecesse aos poucos? Ou deverei culpar à mim mesmo, e aceitar que realmente é culpa minha que tenha deixado de amá-la? 
     Como disse antes, dói.

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